Sunday, October 31, 2004

Imagens do Halloween


Ready for trick-or-treating.


Cena divertida na pequena cidade de Jackson, California.


Bruxinha e Tigrão.


A family of pirates.

Thursday, October 28, 2004

Whatever it takes... Até imagens falsas


O blogger Mithras the Prophet descobriu que, no mais recente anúncio da campanha Bush na TV, eles usaram uma imagem falsa de soldados, repetindo por Photoshop os mesmos homens para dar a impressão que tinha mais gente saudando o preznit.

Wednesday, October 27, 2004

Vídeo anti-Bush já é número 1

O vídeo Mosh de Eminem (ver post abaixo) criticando a política de Bush e exortando as pessoas a votarem para mudar a situação já está em primeiro lugar na MTV, depois de pouco mais de um dia no ar. O sucesso pode ser pelo conteúdo, mas também pelo formato do vídeo, que é bem legal (veja no meu link do post abaixo, ou no próprio site da MTV). Quem sabe consegue alguns votos de última hora para ajudar o Kerry.

Monday, October 25, 2004

Eminem lança vídeo pelo voto anti-Bush

O rapper Eminem está lançando primeiro na Internet hoje, e em seguida na MTV, um vídeo de sua nova música, Mosh, um filme de animação em que ele arregimenta um exército contra Bush. O diretor do filme, Ian Inaba, tinha dúvidas se a MTV iria mesmo veicular o filme antes da eleição, mas parece que o canal aceitou exibir o vídeo experimentalmente no Total Request Live, a partir desta terça-feira.

O desenho começa com um avião passando sobre um prédio onde Eminem está lendo o livro "My Pet Goat" (o mesmo que o presidente lia com as crianças numa escola primária no momento em que soube do ataque ao World Trade Center) de cabeça para baixo. Em seguida, aparecem clipes de jornais com notícias terríveis sobre o governo Bush, e Eminem resolve liderar uma rebelião popular. O "exército" é formado por pessoas como um soldado que volta para a família e é ordenado a retornar para o Iraque; negros cansados do racismo; uma moça que não consegue pagar o aluguel e recebe uma eviction notice. No clímax, a impressão é de que o exército vai invadir um prédio do governo, mas eles se alinham numa fila para se registrarem como eleitores. Veja essas cenas aqui, cortesia da produtora Guerrilla News Network.

Bill falou e disse

"Se um candidato está querendo te assustar, e o outro quer te fazer pensar; se um candidato está apelando aos seus medos, e o outro às suas esperanças; é melhor você votar em quem quer que você pense e tenha esperança". Bill Clinton, hoje, na manifestação de apoio a Kerry em praça pública na Philladelphia. Uma multidão recebeu Clinton e Kerry na capital da Pensylvannia, estado ainda indefinido mas que pode ir para o candidato democrata. O ex-presidente, convalescendo de uma cirurgia de pontes de safena, resolveu participar da campanha apesar dos protestos de uma preocupada Hillary. Mas Bill, animado com os aplausos e gritos histéricos de fãs na multidão, disse que isso só faria bem a seu coração.

Hoje de manhã no programa televisivo Today, Kerry disse que quer Clinton a seu lado para lembrar ao povo americano como o país era melhor sob o governo democrata que antecedeu Bush. A economia deslanchou, a América vivia em alto astral. Pra que continuar sob o sombrio e agourento domínio de Bush/Cheney?

Tuesday, October 19, 2004

A campanha de Schwarzenneger pra presidente

O meu vizinho austríaco naturalizado americano, governador da Kalifoania, Arnold Schwarzenneger, pode ser o primeiro presidente dos Estados Unidos com sotaque estrangeiro e nascido em outro país. A Constituição sempre exigiu em primeiro lugar que os candidatos a presidente do país fossem nascidos em território americano. Mas os republicanos, percebendo que o fator celebridade pode tornar Arnold imbatível numa eleição para presidente, já estão entrando com um projeto de lei totalmente casuístico, em que cidadãos naturalizados americanos há pelo menos 20 anos teriam direito a se eleger presidente dos EUA. Arnold se naturalizou americano há cerca de 22 anos. E sem dúvida, o dublê de ator e governador está adorando seu novo papel como político e não ficaria triste em ser o presidente do país. Sua estratégia, muito diferente de Bush, é tentar agradar ao máximo de gente possível, em vez de apenas uma base fiel de conservadores e reacionários. Não é à toa que ele ganhou facilmente a eleição recall na California, um estado de maioria democrata. Hoje, Arnold anunciou seu apoio à pesquisa com células-tronco, à qual o Bush e a direita conservadora se opõem. Ele apareceu na vida política do Estado apoiando uma iniciativa importante para as classes baixas, o after-school program. E Schwarzie diz hoje no jornal Sacramento Bee que seu objetivo não é agradar aos partidos, mas à população. Embora eu tenha horror a esta figura, ache que ele continue atendendo aos interesses das grandes empresas como todo republicano, e seus discursos sejam tão duros de ouvir quanto os de Bush (pela repetição incessante dos mesmos bordões ensaiados -- eloqüência ali passou longe) tenho que reconhecer que ele é politicamente esperto e original.

Saturday, October 16, 2004

Roubalheira eleitoral

Amigos meus americanos às vezes criticam o fato de no Brasil termos voto obrigatório, o que não seria muito democrático. No entanto, isso ao menos tem protegido o eleitor brasileiro de qualquer raça, credo, partido ou classe social de ser excluído de determinado processo eleitoral de acordo com a conveniência do poder. Vejam o que está acontecendo nos Estados Unidos agora (invariavelmente por iniciativa do partido Republicano). Em Nevada, há uma denúncia de que a empresa contratada pelo Comitê Nacional Republicano para registrar eleitores estaria sistematicamente jogando no lixo os registros de eleitores democratas. Há denúncias semelhantes em Oregon, Ohio, Milwaukee, denúncias de falsificações de registros em South Dakota, you name it. Aliás, os republicanos falsificadores de South Dakota, em vez de punidos, foram simplesmente transferidos para um emprego ainda melhor na campanha Bush/Chenney em Ohio.

Na eleição passada, na Florida (sempre a Florida), uma lista com nomes de presos impediu que pessoas de nomes parecidos votassem. A maioria dessas pessoas não está conseguindo voltar a obter o registro de eleitor, pela dificuldade imposta pelo estado a essas pessoas de provarem judicialmente que elas não são as mesmas pessoas que estão na prisão acusadas de crimes. Isso atingiu principalmente as populações negras (que votam em maioria nos democratas). Nessas comunidades, pessoas também receberam cartas, telefonemas e visitas de representantes estaduais insinuando, entre outras mentiras, que pessoas com dívidas na praça não poderiam votar.

Comentários que sumiram

Os comentários que tinham sido feitos nos meus posts anteriores foram apagados quando instalei o Haloscan (uma forma bem mais fácil e user-friendly para postar comentários em blogs do que o complicado template do Blogger)... Portanto, peço desculpas por ter perdido os comentários anteriores, mas de agora em diante, vai ser muito mais fácil para todos usar o quadrinho de comments.

Thursday, October 14, 2004

Kerry vence mais um debate

No início do debate ontem à noite, fiquei preocupada. Bush estava bem, atacando Kerry com segurança em questões como impostos e o record de votações do senador. Mas, na metade do debate, Kerry foi ganhando força e levou Bush a nocaute na pergunta sobre o salário mínimo, que nunca foi aumentado durante o governo Bush apesar da elevação no custo de vida. Enquanto Kerry afirmou que vai aumentar de 5.15 para 7 dólares a hora (imagine o impacto disso sobre os eleitores das classes baixas), Bush fugiu do assunto e começou a falar sobre seu plano para melhorar a educação nas escolas primárias. A partir disso, Kerry cresceu no debate, e Bush começou a se enrolar, acumular baba no canto da boca, e não ofereceu respostas à altura das detalhadas explicações de Kerry sobre seus planos para aumentar empregos, acesso à saúde, controle de armas de fogo, preservação dos militares, etc. Bush voltou a mentir ao negar que tinha afirmado "não estar preocupado com Bin Laden". Blogs e algumas redes de TV exibiram logo após o debate um clip onde ele dizia exatamente isso. Veja no blog Daily Kos que Kerry foi considerado o vencedor do debate por todas as pesquisas de opinião feitas ontem à noite logo após o fim do programa.

Wednesday, October 13, 2004

E se der empate?

Nos Estados Unidos, a eleição para presidente é em formato de Colégio Eleitoral. Cada Estado tem um número proporcional de votos, e fatura o Estado (e todos os seus votos) o candidato que receber a maioria dos votos válidos. O partido vencedor no Estado escolhe então seus delegados, que vão mais tarde depositar seu voto (houve alguns traidores, mas poucos); se não me engano, o total de delegados é 528. Numa eleição presidencial como essa, em que todas as pesquisas de opinião estão registrando empate técnico, começa-se a imaginar o perigoso cenário de um empate. Perigoso porque, nesse caso, quem decide é a Câmara dos Deputados, onde o partido Republicano tem maioria.

É realmente terrível para a democracia que os Estados Unidos mantenham a estrutura de Colégio Eleitoral, e não eleição direta, para decidir quem ganha a eleição para presidente. Os defensores do sistema diziam que era impossível alguém ganhar no voto popular e perder no Colégio Eleitoral, mas isso foi desmentido em 2000, quando Gore obteve a maioria dos votos da população, mas perdeu no Colégio Eleitoral, numa aliás ilegítima vitória de Bush no Estado da Flórida. Na Flórida, a contagem dos votos foi um escândalo, e grande parte dos votos considerados inválidos por motivos altamente discutíveis (exemplo, máquina de furar não teria furado a bolinha no nome do Gore totalmente, dando origem às famosas "hanging chads"), foram dos bairros de moradores negros, democratas na maioria. Bem, teve muito mais roubalheira, desde o fato de a comissão eleitoral ser presidida na Flórida por uma partidária de Bush (aquela perua de cílios postiços, lembram?) até a decisão final evitando a recontagem ter partido de uma corte de justiça de maioria conservadora e pró-Bush. Eleição decidida no tapetão.

Bem, resta torcer para que Kerry ganhe votos suficientes para evitar o empate, ou qualquer manobra republicana na Florida ou outro Estado.

Hoje à noite tem debate, e nos últimos dois confrontos televisivos com Bush, Kerry cresceu junto ao eleitorado. O que vai atrapalhar a audiência hoje, no entanto, é o jogo de baseball entre os New York Yankees e Boston Red Sox (time do Kerry).

Friday, October 08, 2004

Bush teleguiado


O que é esse volume aparecendo nas costas do Bush sob o terno, em imagem captada no primeiro debate entre os candidatos presidenciais? O rumor que circula por toda a Internet é que poderia ser um aparelho transmissor pelo qual algum assessor estaria guiando Bush em suas patéticas tentativas de parecer articulado no confronto com Kerry.

No debate desta noite, Bush já não apresentava esse volume. E aliás, ainda estou tentando imaginar quem vai ganhar votos com o debate de hoje. Kerry foi excelente todo o tempo, o único momento em que Bush pareceu se dar melhor foi no final, quando defendeu sua posição anti-aborto de um jeito que agrada aos beatos religiosos. Kerry foi sincero demais ao dizer que independente de seus princípios religiosos, ele tem que representar todos os cidadãos do país, entre eles os que defendem a livre escolha. Além disso, Bush foi o último nas considerações finais e aproveitou para fazer o seu discurso de defesa da nação dos terroristas, bla bla bla, um discurso em que ele está bem ensaiado e então não gagueja como no resto do debate. O meu medo é que muita gente tem memória curta, e todo o desempenho horrível de Bush nos primeiros 80 minutos do debate será apagado em virtude da performance nos minutos finais. Por outro lado, a sinceridade, inteligência e elegância de Kerry também devem ter impressionado bastante os eleitores que ainda não o conhecem bem. Bush continuou a mostrar arrogância principalmente no primeiro terço do debate, quando chegou a ignorar a tentativa do moderador de pedir que ele esperasse o momento de falar -- extremamente rude, e o bobão do moderador, o dork que apresenta Good Morning America na ABC, nem chegou a reclamar.

Bushies ameaçam criancinhas

Tava demorando pro governo Bush fabricar um novo alerta de terror para tentar ganhar eleitores na base do medo. Mas dessa vez, o golpe foi baixo. O departamento de Homeland Security está lançando um alerta a todas as escolas do país para que reforcem a vigilância, para evitar um atentado nos moldes do que aconteceu na Rússia mês passado. Isso sem haver qualquer pista de que algum grupo terrorista estaria planejando isso, como o próprio DHS admite. Ou seja, é o tipo do alerta vazio e que só causa pânico e paranóia. Agora, não só muitos pais vão ficar preocupados, como também as crianças que virem a notícia nos jornais. So much for trying to make this country a place where our children feel safe and secure. Enfim, a única coisa que justifica esse alerta aparecer justo agora, várias semanas depois do atentado na Rússia e sem qualquer fato novo apurado pela inteligência, é o pânico do governo em perder a eleição para Kerry. Afinal, as últimas pesquisas já indicam uma clara vantagem de Kerry em relação a Bush, de 50% a 46%, entre os prováveis eleitores (aqui voto não é obrigatório). Veja no AmericaBlog como o Bush está perdendo não só em intenções de voto, mas também caindo na avaliação que o povo faz de seu Governo, numa comparação com os números de apenas 3 semanas atrás.

Thursday, October 07, 2004

You wish!!!

Mal refeitos estávamos da notícia falsa sobre as unhas do Kerry publicada pela Fox News na web, eis que uma rede de TV em Winsconsin publica hoje em seu website uma matéria dizendo que o Bush já venceu a eleição (detalhe, a eleição só acontece em novembro de 2004). A matéria abre dizendo "At this hour, President Bush has won re-election as president by 47 percent to 43 percent margin in the popular vote nationwide". A rede de TV, WBAY de Green Bay, culpa a agência Associated Press por ter passado a falsa matéria eletronicamente. A AP, à maneira da Fox News, está dizendo que foi um acidente, que a notícia era um texto de reserva que eles fizeram caso o Bush ganhasse. Para quem já trabalhou em jornal, isso soa muito estranho. Mais detalhes no site do Boingboing.

Monday, October 04, 2004

Eleições lá e aqui

Morando nos EUA, registrada como eleitora no Consulado de San Francisco, eu não voto mais para prefeito, só posso votar nas eleições presidenciais do Brasil. Por isso, e por falta de tempo, não acompanhei muito o noticiário sobre essa eleição pra prefeito, mas deu pra notar que no Rio de Janeiro houve um grande movimento de voto útil contra o evangélico Marcelo Crivella, beneficiando o César Maia. Cariocas não-crentes e que estão fartos com a administração da família Garotinho se assustaram com o crescimento de Crivella e preferiram votar no César Maia do que em candidatos que até gostavam, mas estavam com desempenho mais fraco nas pesquisas. Fiquei abismada com a votação pífia de Bittar (pouco mais de 6%), já que o PT sempre dispôs de um forte eleitorado no Rio.

Enquanto isso, na eleição que acompanho mais de perto agora, continuo me agoniando com a dificuldade de Kerry em passar de Bush nas pesquisas definitivamente. Mas já houve algum avanço. No último debate, o Bush se mostrou como o perfeito imbecil que é, se enrolando nas respostas e apenas repetindo os bordões de sempre, e com certeza perdeu votos, como mostram as pesquisas indicando um empate nas intenções de voto essa semana. E o pessoal da Fox News, o canal de TV a cabo e notícias na web 24 horas, que é uma máquina de propaganda da direita republicana, para revidar, chegou a fabricar uma notícia mentirosa sobre Kerry, que depois foi retirada do ar mas sem qualquer punição concreta ao jornalista que a escreveu. Vejam a cara de pau: o tal do Carl Cameron, que é o responsável por acompanhar o John Kerry na sua campanha por todo o país, escreveu uma nota na web dizendo que o democrata após o debate teria comentado que suas unhas e cutículas estavam lindas e que ele seria um metrosexual. "As mulheres deveriam gostar de mim, pois vou à manicure", escreveu Carl Cameron numa falsa aspa de Kerry. A Fox alega que a notícia foi publicada na web por acidente ou por fadiga do jornalista, e que ele havia sido repreendido, mas a falta de ética é tamanha, que muitos estão se perguntando como pode um canal colocar na trilha da campanha de Kerry um jornalista tão parcial e que claramente odeia o candidato. E será que foi mesmo acidente? Como um jornalista ocupadíssimo pode perder tempo escrevendo notícias de brincadeira, antes de publicar a matéria verdadeira que se esforçou o dia inteiro para apurar e escrever? E quem controla o que vai pro conteúdo online antes de ser editado? A culpa seria somente de Cameron? Enfim, a Fox, como sempre, não tem muito compromisso com a verdade, e nem espero respostas por parte deles. Aguardo que os observadores da imprensa investiguem o caso com afinco.