Wal-Mart não está com essa bola toda
Cheapness has its limits. A cadeia de lojas Wal-Mart é o gigante retail dos Estados Unidos, campeã de vendas porque sua estratégia é o preço mais baixo do mercado -- atinge isso, é claro, pagando baixos salários, parcos benefícios (a sindicalização é proibida), comprando de fornecedores de baixa qualidade ou importando produtos da China. A cadeia de lojas se espalha pelo país e no exterior como um câncer, assustando os competidores grandes e pequenos, desfigurando o caráter local do comércio de cidades menores. Mas na imprensa especializada em business, já se começa a duvidar da eficácia da estratégia empresarial da Wal-Mart. Ao contrário de lojas como a Target, que aliam baixo preço a uma tentativa de oferecer artigos "hip", variedade de marcas e boa qualidade, a Wal-Mart tem uma seleção de produtos pobre, lojas feias, que não oferecem uma exciting shopping experience. Como o seu único diferencial é o preço, a Wal-Mart sofre com o impacto da baixa do dólar e da alta dos custos de matéria prima, alimentos, energia, pois há um limite para o quanto pode baixar seus preços sem reduzir seus lucros (e os investidores estão de olho). Não é à toa que o fim de semana de largada para as compras de Natal (Thanksgiving) desse ano foi medíocre para a Wal-Mart, enquanto outras lojas como Sears, Target, Macy's e J.C. Penney (cujo público não está à procura unicamente de preços baixos) comemoraram o aumento de vendas. Em outro front, na expansão do número de lojas no país e no exterior, a Wal-Mart também está sofrendo restrições -- oposição de comunidades à abertura de novas Wal-Mart, consumidores que boicotam a cadeia por sua má política trabalhista, e agora a exigência, na China, onde a cadeia tem 39 lojas, de que seus empregados sejam sindicalizados se quiserem. Para Daniel Gross, da Slate, o grande monstro de Betonville está sangrando.
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