Brasil 2 x 0 EUA
Já tenho tempo de estrada suficiente para saber que não existe um país ideal para se viver. A gente vai pesando as prioridades e escolhe o lugar que, naquele momento da sua vida, vai lhe oferecer mais vantagens - sejam financeiras, estéticas, profissionais ou emocionais. No entanto, todo meu ceticismo e pessimismo vai pras cucuias e grito "Goooool do Brasil!!!"quando eu vejo uma notícia positiva sobre o nosso país, ou quando um flagrante desrespeito às liberdades democráticas nos Estados Unidos me faz ver que, em comparação, a liberdade de associação e de expressão é muito maior nas terras tupiniquins.
Se você ficou com preguiça de ler meus links, ou não tá com o inglês em dia, eu estou falando no seguinte: 1) deu no NYT o projeto do Governo Lula de disponibilizar computadores baratos e com software gratuito - driblando o monopólio da Windows - para a população de baixa renda e escolas públicas; 2) toda vez que o preznit Bush viaja pelo país com o dinheiro público para falar de seu programa de governo, apenas uma claque de republicanos e simpatizantes é permitida a participar ou sequer se aproximar do local do evento. Na semana passada, em Denver, três cidadãos que entraram para assistir à apresentação de Bush sobre o Social Security foram expulsos do auditório por seguranças, porque organizadores do evento viram que o carro deles tinha o adesivo "No more blood for oil".
Desmintam-me se souberem do contrário, mas presidentes brasileiros não costumam barrar pessoas de diferente filiação partidária ou ideológica em eventos públicos, e estão acostumados a fazerem comícios ou aparições em praça pública em que sempre tem um grupo do PSTU gritando slogans de protesto. Fazer passeata no Brasil hoje é muito mais fácil que nos EUA, e dificilmente um manifestante acaba preso a não ser em raros casos de um protesto terminar em pancadaria.
O governo americano com certeza vai argumentar que o controle da entrada em eventos do presidente Bush é uma questão de segurança antiterrorismo. However, cidadãos de ficha limpa estão tendo negado o seu direito de participar de eventos que o governo chama de "town hall" (onde pessoas do povo podem fazer perguntas diretamente aos políticos). A mesma coisa acontecia nos comícios da campanha presidencial, isso é modus operandi de BushCo. Infelizmente, a mainstream media não se preocupa em denunciar mais esta prática facista da administração Bush. A notícia vai mais uma vez ficar para a imprensa local e a blogosfera de esquerda.
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