Onde há fumaça, há fogo
Um repórter fajuto, que recentemente ainda vendia seus serviços de escort gay na internet, consegue credencial para as disputadíssimas entrevistas coletivas do presidente Bush. Em 2 anos, entra mais de 200 dias na Casa Branca, e nesse período, por quase 30 dias não havia sequer entrevistas coletivas para os jornalistas, ou toda a imprensa que cobre o presidente estava viajando a bordo do Air Force One. Em pelo menos 14 ocasiões, o registro do Serviço Secreto, que anota a entrada e saída de TODO MUNDO que entra na Casa Branca, não mostrava ou a entrada, ou a saída desse "repórter". Em vários desses dias, ele entrava e saía por um ponto diferente do que os jornalistas costumam sair.
Pelo visto, ele era literalmente um media whore.
Sim, estou falando do mais novo detalhe misterioso do escândalo sobre James Guckert, que sob o pseudônimo de Jeff Gannon, conseguia passe de imprensa para a Casa Branca representando a pseudo-agência de notícias Talon News (website criado por um republicano do Texas). Gannon começou a levantar suspeitas dos demais jornalistas quando era escolhido a dedo pelo presidente Bush ou pelo porta voz Scott McLellan para fazer perguntas nas coletivas, passando à frente de jornalistas sérios, consagrados, de meios de comunicação de prestígio. Suas perguntas eram completamente partidárias, no estilo levantando-a-bola-pro-presidente cortar (softballing, como se diria nos EUA). Os blogs Daily Kos e AmericaBlog investigaram o caso a fundo e trouxeram furos de reportagem que obrigaram a imprensa americana a cobrir o assunto. Infelizmente, a influência da direita sobre a mídia nesse país é tão grande que o caso foi abafado. Pelo menos até agora, pois será difícil ignorar esses novos detalhes embaraçosos revelados pelo Raw Story, a partir de documentos obtidos por deputados democratas junto ao Secret Service. Afinal, como pode, em tempos de alta segurança pós-9/11, o Serviço Secreto não se preocupar em sair atrás de um indivíduo que registrou entrada na Casa Branca, mas não a saída? Se não se preocupou, é porque o Serviço Secreto sabia que Guckert está sendo acobertado (com trocadilho, por favor) por um homem muito importante na administração Bush. Seria o todo-poderoso da comunicação republicana e presidencial, Karl Rove? Poderia Rove estar sendo pressionado por outro peixe grande do governo que recebe favores amorosos de Guckert? Numa versão menos picante, seria Guckert um agente do governo infiltrado entre os jornalistas?
São perguntas que não querem calar, pelo menos para quem tem um mínimo de preocupação com a verdade, e não é mero capacho e prostituta vendida para o Governo Bush. O único jornalista mainstream que fez uma cobertura decente do caso Gannon/Guckert foi o Keith Olbermann, da MSNBC. Vamos ver se a MSNBC e outros veículos da mídia se dispõem a cobrir novamente o escândalo a partir das novas informações reveladas pelo Raw Story.
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