Friday, April 08, 2005

Próximo eleito pode ser o primeiro Papa negro

Católicos ou não, o mundo aguarda com intensa curiosidade a eleição do novo Papa, que começa com a reunião do Conclave dia 18 de abril. Entre os candidatos mais cotados, a maioria segue a linha conservadora (principalmente na área teológica e moral), com exceção do italiano Ennio Antonelli, do belga Godfried Danneels e do alemão Walter Kasper, que têm demonstrado mais tolerância em relação ao papel das mulheres na Igreja e temas como divórcio e contraceptivos. Mas nenhum desses três está no topo da lista, seriam mais ou menos azarões. Na área de justiça social, os mais avançados seriam os cardeais Oscar Maradiaga, de Honduras, Cláudio Hummes, do Brasil, e mais uma vez Antonelli.

Quem parece ser um candidato bem provável a vencer a eleição é o Cardeal Francis Arinze, da Nigéria. Ele tem muita experiência em lidar com muçulmanos e protestantes em sua terra natal, e já fora nomeado pelo falecido João Paulo II para guiar o diálogo inter-religiões do Vaticano. Nesse momento de crise no Oriente Médio, preocupação com terrorismo e outras questões delicadas da globalização, a nomeação de um Papa negro, africano e diplomático seria bem oportuna para o Vaticano, que quer ver a religião católica crescer no Terceiro Mundo e deixar de ser vista como européia e branca. Arinze é considerado intelectualmente sofisticado, carismático e dono de um agudo senso de humor. Entretanto, o fator "cool" de Arinze é neutralizado pelo fato de ser teologicamente conservador.

Mas se o conclave optar pela mesmice, o candidato vencedor seria o italiano Dionigi Tettamanzi, que é também moralmente conservador e é muito querido pelos religiosos e pela mídia na Itália, país com o maior número de votantes. Outra opção nessa linha seria o cardeal italiano Angelo Scola, de Veneza, considerado um intelectual defensor de posições conservadoras.