Não convenceu
Números quentinhos do Instituto Zogby de pesquisa de opinião: o discurso de George W. Bush para a nação, na última terça-feira, não alterou em nada a aprovação popular ao presidente, que caiu até 1% em relação à pesquisa da semana anterior do instituto, para 43%. Ao mesmo tempo, a pesquisa confirma a crescente polarização no eleitorado americano, com até 42% dos entrevistados afirmando que apoiariam o impeachment de Bush se ficar provado que ele mentiu à nação para justificar a guerra no Iraque. O recurso do impeachment obteve aprovação de até 52% da população da Costa Oeste (dá-lhe, California!)
Essa pesquisa deve ser uma decepção para o governo Bush, que elaborou o pronunciamento de terça-feira em Fort Bragg para tentar assegurar o público americano que os EUA estariam no caminho certo no Iraque, e que a vitória era possível. Segundo especialistas em opinião pública contratados pelo governo, o que condicionaria o apoio popular à guerra seria uma solução vitoriosa para o conflito, ou pelo menos alguns marcos positivos que indicassem progresso. O problema para BushCo é que dificilmente se pode sustentar por muito tempo uma vitória na guerra de opinião pública baseada em falácias facilmente desmentíveis pelos fatos. Soldados americanos continuam morrendo quase diariamente no conflito, atentados terroristas no Iraque estão se intensificando, e mesmo a mídia mais chapa branca não pode esconder isso.
Americanos são educados para tentar encontrar soluções para os problemas, consertar o que não está funcionando. O imponderável, o que não tem remédio, causa extrema angústia. Para o professor Alan Richards, da UC Santa Cruz, o Iraque é uma dessas situações sem solução. "Uma avalanche, uma vez que começa, não se pode parar". Seja qual for a decisão tomada pelos Estados Unidos agora, não haverá vitória possível, e o Iraque está fadado ao caos, à violência e a uma crise sem precedentes, devido à irresponsabilidade de Bush, Cheney e Companhia.
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