Contagem regressiva para o Live 8
Quem se entendia por gente nos anos 80 vai lembrar do Live Aid, grandes concertos de rock e música pop organizados pelo músico e ativista Bob Geldof, simultaneamente na Inglaterra e Estados Unidos, em julho de 85, em benefício de populações miseráveis da África. Neste sábado, dia 2 de julho, a idéia será revivida com um evento que promete ser ainda maior, o Live 8, que, além de angariar ajuda à África, pretende pressionar os líderes do G-8 a perdoar a dívida externa dos países mais pobres, reforçar o combate à pobreza e à Aids nesses países, e abandonar práticas injustas de comércio que inviabilizam o desenvolvimento no Terceiro Mundo. O G-8 vai se reunir na Escócia de 6 a 9 de julho.
O Live Aid terá shows simultâneos em Londres, Philladelphia, Paris, Roma, Tóquio, Berlim, Moscou, Joanesburgo e Barrie (Canadá). Bandas e cantores de peso estarão presentes em todas as edições (claro que com muita porcaria no meio também), mas numa olhada rápida nos programas, me parece que o do Hyde Park será o melhor, incluindo nada mais, nada menos que Paul McCartney, U2, Elton John, Coldplay e o Pink Floyd na formação original pela primeira vez desde que Roger Waters brigou com David Gilmour e os demais membros da banda, há 24 anos. Quem não puder garantir um ingresso, terá a chance de ver na TV (MTV e VH1, pelo menos) e na Internet (pela AOL).
Além dos shows, haverá manifestações como a passeata Make Poverty History em Edinburgo, Escócia, e o showmício no dia 6 de julho, no estádio de Murrayfield também em Edinburgo, cobrando dos líderes do G-8 um compromisso em acabar com a miséria. E o movimento criado por Bono, do U2, especialmente para os Estados Unidos, chamado One, também pretende mobilizar o público americano através de assinaturas de petições e e-mails para o presidente Bush, uso de camisetas e pulseirinhas da campanha One. Celebridades do primeiro time, como Brad Pitt e Penelope Cruz, estão no vídeo da campanha (com o apoio de multinacionais mobilizadas por Bono), um blog já está no ar, e desde sábado, pessoas como George Clooney e, claro, Bono, têm sido entrevistadas em programas da TV americana para promover a campanha.
Na era da Internet, não há dúvida que os movimentos Live 8 e One vão angariar mais fundos que o Live Aid (mais de U$100 milhões até hoje). Bono acredita que o vídeo One vai ser reproduzido 1 bilhão de vezes pelas telas de computadores do mundo inteiro, até o dia 2 de julho.
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