Charuto de Schwarzenegger gera prejuízo

O ator Arnold Schwarzenegger ganhou a eleição/recall para governador da Califórnia ano passado prometendo sanear as finanças do estado. Mas, como a Hollywood prima dona que é, ele achou natural gastar dinheiro com algumas reformas no Capitólio de Sacramento para que sua área de trabalho atendesse às suas exigências pessoais. Uma delas foi erguer uma tenda árabe no pátio exterior à sua sala, para que ele pudesse relaxar e fumar seus charutos na sombra; além disso, cobriu o concreto do chão do pátio com grama artificial. Resultado: na chuva torrencial que caiu aqui domingo passado, a grama artificial impediu a drenagem da água e vários escritórios adjacentes ficaram inundados, num prejuízo que o governo ficou de estimar até esta sexta-feira. Schwarzenegger e seu staff estão agora trabalhando numa suíte do Hotel Hyatt, do outro lado da rua, onde o dublê de ator e governador mora durante a semana.

Antes mesmo dessa inundação, a tenda do fumo no pátio do governador já causou protestos de entidades antitabagismo, que consideram-na um péssimo exemplo para as crianças que regularmente visitam o Capitólio em excursões escolares. Mais detalhes sobre essa história e a foto da tenda você pode ver no Sacramento Bee.

Send the Bush Twins to Iraq

Descobri um novo blog anti-Bush que tá do cacete, o Blogitics. Adorei o post contando que uma manifestação de estudantes em Milwaukee recebeu Jenna e Barbara com a faixa: "Mandem as Bush Twins pro Iraque". E vejam o símbolo do mau gosto e caipirice dos eleitores de Bush, resumido na foto de uma criança com um penteado em forma de W (a mãe trançou o cabelo da menina em torno de um cabide retorcido -- Child Protection Services nela!!!)

Pesquisas conflitantes e o mistério dos indecisos

Para quem está desanimado porque John Kerry não conseguiu deslanchar ainda em sua campanha, a pesquisa do instituto Pew Research dá um alento: Kerry agora estaria praticamente empatado nas intenções de voto (47% para Bush, 46% para o candidato democrata). No mesmo dia, entretanto, a pesquisa do instituto Gallup dá um resultado completamente diferente, 55% para Bush contra 42% de Kerry. Não é a primeira vez nesta campanha que institutos de pesquisa diferentes apresentam resultados díspares, mas o que intriga as pessoas mais informadas, é imaginar que tipo de miolo mole são esses indecisos. Gente, nessa altura do campeonato, com as diferenças entre os candidatos já claramente delineadas, e um deles sendo presidente do país já há quase quatro infelizes anos, quem no mundo pode ser tão retardado a ponto de mudar de opinião a cada semana? Em geral, as pessoas aqui ou amam ou odeiam o Bocó-mor chefe desta nação. Em tempos sérios e radicais, de guerra, terrorismo, discussões sobre direitos civis, ataques ao meio ambiente, dificilmente uma pessoa fica em cima do muro.

Jornalistas, acordem!

Um grupo chamado Fight Back Campaign vai lançar esses dias um anúncio de TV tentando chamar a atenção dos eleitores americanos para o desastre que é a guerra no Iraque, e que o governo Bush precisa ser responsabilizado por isso. Insiders que já viram o comercial acharam o clipe altamente eficaz. Além deste anúncio, o pessoal do Fight Back está organizando uma petição para que o público instigue os moderadores dos debates presidenciais na TV a fazerem perguntas realmente duras e importantes, que forcem Bush a responder, por exemplo, se o número de mortos e dólares gastos na guerra do Iraque foi muito maior do que inicialmente imaginado; como pretende defender o país de futuras ameças como Irã e Coréia do Norte, por exemplo, se a grande maioria das tropas está ocupada com o Iraque; qual a estratégia para a saída das tropas do Iraque, e assim por diante. O que acho interessante nisso é não tanto as perguntas, mas o fato de alguém estar tentando sacudir os jornalistas de TV americanos, que não têm cobrado responsabilidade suficiente deste governo por seus incontáveis desmandos. E legal o público poder se dirigir diretamente aos jornalistas e cobrar deles um trabalho de qualidade, sem auto-censura.

O passado te condena, o eleitor, não.

Até agora, a campanha republicana e boa parte da mídia americana têm conseguido anular as acusações de que Bush sequer cumpriu suas obrigações na Guarda Nacional (depois de conseguir o privilégio de servir dentro do país e evitar ser mandado para o Vietnam, com a influência política e econômica de seu pai). Os democratas tentam explorar o fato de que esse mesmo presidente e vice que mandam jovens para morrer na guerra do Iraque, jamais lutaram na juventude deles. Mas o eleitorado do Bush não se importa com essa contradição. Na análise de Ron Elving, editor da NPR News, o eleitorado pró-militar prefere um presidente com um passado não heróico, mas que favoreça robustos gastos em defesa, do que outro candidato que foi herói de guerra, mas que hoje é comedido e diplomático em sua política externa. Além disso, Elving comenta que fica muito difícil para a campanha democrata ou mesmo as redes de TV aberta americanas darem resposta rápida e eficaz aos ataques que os talk radio shows de direita e da Fox News, bem como websites dessa mesma linha, disseminam 24 horas por dia, em tempo real, sobre o candidato John Kerry.
Parece que a única boa notícia para o QG democrata hoje foi o lançamento do livro de Kitty Kelley, The Family, que arrasa a família Bush, mostrando detalhes nada honrosos sobre a personalidade e o passado de vários membros da dinastia, que vão de affairs extra-conjugais à adulteração de arquivos oficiais e todo tipo de jogo sujo político. Álcool e drogas, diz Kelley, são o ponto fraco dos Bush. George W ainda seria viciado em cocaína na época em que seu pai era presidente, fato negado pela família, mas que testemunhas obtidas por Kelly afirmam ser verdade. Mas o pior, segundo um colega de George W Bush em Yale, era a sua falta de substância. "Georgie não tinha curiosidade intelectual sobre nada, não viajava, não lia jornais ou livros, não tinha uma causa, não ia sequer ao cinema. Como alguém consegue se formar em Yale e não sair de lá sem qualquer interesse além de esportes e bebida, é algo que me espanta."

Christopher

Proud Mom and Daddy hug Christopher after singing Happy Birthday. Great party, beautiful day in the park. Anything else I can say will sound corny and cliché, but it's true, I felt emotional the whole time while remembering the day he was born a year ago. This little guy is the most beautiful thing in our lives.

Dawn Patrol

Amigos meus aqui de Sacramento, seguindo a idéia do Freeway Blogger, estão colocando enormes cartazes anti-Bush, durante a madrugada, nas passarelas sobre movimentadas freeways da cidade. A foto acima mostra um dos mais recentes feitos do pessoal da Dawn Patrol. A mensagem "Dump Bush" foi lida por milhares de motoristas ao caminho para o trabalho naquela manhã de terça-feira, por várias horas, até que algum republicano recalcado arrancou o cartaz. O esforco do grupo de Sacramento foi reconhecido pelo Freeway Blogger, que já espalhou mais de 2000 cartazes pela West Coast, e veio da Southern California até aqui para se encontrar com a Dawn Patrol, contar suas aventuras e dar dicas de como melhorar os cartazes e de outros lugares estratégicos para colocá-los. Melhor ainda, ele acompanhou o grupo e espalhou vários outros cartazes que fez, deixando a sua marca em Sacramento também. Mais tarde, ele fez outra incursão pelas rodovias acompanhado de um repórter da NPR (National Public Radio), que gravou a entrevista enquanto observava a ação do FB. Se a entrevista for ao ar e houver arquivo no site da NPR, eu coloco um link pra vocês.

Antes de me despedir hoje, claro que nao dá para esquecer que fazem 3 anos desde a tragédia do 11 de setembro. O massacre das crianças russas, atentados em Israel e em tantos outros lugares do mundo, são um constante reminder de que nao temos muito controle sobre as nossas vidas diante da barbárie que não avisa quando vai acontecer. Mesmo assim, a maneira de nos sentir mais vivos é tentar melhorar as condições em que vivemos. Para isso, o primeiro passo será TO DUMP BUSH.

A tática do medo

Em época de eleição presidencial, alguns marqueteiros ou candidatos partem do princípio que a maioria do eleitorado é completamente imbecil (o que muitas vezes é verdade, mas às vezes o tiro sai pela culatra) e tentam prejudicar o adversário através de ameaças ao próprio povo. Isso já aconteceu nas campanhas do Collor e do Serra contra o Lula (na inesquecível performance de Regina Duarte), e agora os republicanos, liderados pelo vice-Presidente Dick Cheney, estão dizendo que, se o Kerry ganhar, os EUA serão atacados novamente pelos terroristas. O que me espanta não é a desonestidade e o pure evil que emana desse Cheney, mas sim o fato de que a grande mídia americana está deixando a campanha Bush espalhar todo tipo de mentiras (como a difamação à atuação de Kerry no Vietnã) sem cobrar deles qualquer retratação e sem dar o devido espaço de resposta a Kerry. A mídia dá corda demais pra propaganda republicana, que tenta desviar a atenção do fato que a guerra no Iraque é um desastre, Osama continua à solta, o custo de vida está insuportável, e que enquanto Kerry foi herói de guerra e brilhante desde a juventude, Bush fugia de sua obrigação militar para continuar sua vidinha de privilégio e mediocridade. Pelo menos no New York Times, a brava colunista Maureen Dowd nunca me decepciona.

Proof that Kerry is cool.

O que os kids comem

Olha só o cardápio do almoço na semana no nosso school district: segunda-feira, sanduíche de queijo e presunto; terça, chicken nuggets; quarta, hamburguer; quinta, pizza; sexta, hot dog. Gente, os americanos agora têm tanta paranóia com dietas e comida na vida adulta, mas é na infância que eles deviam se preocupar em incutir hábitos saudáveis de alimentação nas pessoas. Como é que podem ser tão preocupados com carboidratos e frituras e açúcar na vida adulta, e esquecer que é exatamente isso que estão alimentando suas crianças diariamente? Estou apavorada, pois na minha pesquisa para saber em que pré-escola vou matricular meu filho, vejo que eles consideram como almoço nutritivo um sanduíche de pasta de amendoim com geléia (no pão branco, óbvio) ou mesmo um sanduíche de baloney (um tipo de frio entre a mortadela e o presunto, não sei nem classificar o que é aquilo, e pretendo nunca provar isso na vida).

Estréia

Pronto, me rendi à mania dos blogs. Tava meio com preguiça de trabalhar e resolvi abrir um blog pra mim. Vocês não verão um diário, minha rotina seria um tédio total para qualquer leitor. Prefiro dar meus palpites sobre temas atuais, discutir temas que me preocupam, e aproveitar um pouco para me gabar do meu lindo filho que faz um ano agora em 12 de setembro de 2004 -- sem dúvida meu maior accomplisment nos meus 36 anos de vida.